Os britanicos do Gallows recrutaram o agora ex-guitarrista e vocalista do Alexisonfire, Wade McNeil para assumir os vocais da banda. A novidade foi confirmada pelo próprio McNeil através de uma entrevista publicada pela revista Alternative Press. Confira a matéria logo abaixo.
A primeira coisa que precisa ser perguntada é como você entrou pro Gallows? Eles já haviam tocado alguma vez com o Alexisonfire; tem alguma história que a gente não conheçe?Depois que os meninos decidiram que iriam continuar [após a saída do vocalista Frank Carter], o meu nome apareceu em uma conversa sobre possiveis substitutos e todos gostaram da idéia. Não foi nada complicado. Eu falei com o Steph [Carter, guitarrista] e disse que estava bem interessado. Ele praticamente falou na hora mesmo, “Okay, vamos fazer isso,” e eu peguei um avião e agora estamos compondo.Quando foi que isso aconteceu?Tudo isso aconteceu nas últimas semanas.O que eles gostaram de você como um músico ou como uma pessoa para te escolherem?Eu não sei; acho que não ficaram muito presos a isso. Mas se você cresce no canada escutando discos do Black Flag – ou se cresce na Inglaterra escutando os discos do Black Flag – você acaba tendo um pensamento semelhante sobre o mundo. Sabe, acho que a gente tem bastante em comum por eles terem crescido em uma cidade pequena na sobra de Londres, assim como eu que morei numa cidade pequena na sobra de Toronto. Existe algo um pouco desesperador sobre morar em uma cidade e saber que você é diferente de todos os outros. Todos os esquisitos acabam se encontrando; você se encontra através da música, especialmente em uma cidade pequena onde algumas pessoas acabam jogando suas vidas foras nas drogas ou álcool pelo fato de que não há nada melhor para fazer. Os garotos encontram a música, e isso toma conta de suas vidas. É algo que aconteceu comigo, e algo que aconteceu com todos esses caras.E esse é um sentimento que nunca vai embora, não importa o quão velho você fica.Sim, com certeza. Ainda mais quando você cresce indo aos shows de punk e hardcore. Acho que boa parte dos discos daquela época, aqueles CD’s como Dead Kennedys e Crass, informavam a forma como você vê o mundo e alguns ideais que carrega. Então eu não sei – mesmo crescendo separados por um oceano, temos muito em comum.Você disse que está compondo com eles agora. Tem alguma música já pronta?[Risos]. Sabe, eu apareci lá, depois eu vim pra cá e cheguei há dois dias atrás. Não durmi no voo; estava escutando os dois primeiros CD’s do Gallows e escrevendo umas letras, tentando entrar no clima. Todo mundo se juntou, e eu não tinha certeza do que eles queriam fazer, se queriam seguir com a linha mais antiga. E eu disse, “vamos tentar algo novo,” eles tocaram algumas coisas novas. No primeiro dia, escrevemos uma coisa que eu considero a mais brutal que uma banda já escreveu. É a coisa mais dura, pesada, e tipo, tem 35 segundos. Acho que vai ser a primeira coisa que vamos lançar.Isso quer dizer então que as novas músicas serão as mais brutais que o Gallows já fez?[Risos]. Não quero que ninguém tinha uma idéia de como as coisas iam ficar, mas essa música saiu com muita facilidade. Eu escrevi a letra ali na hora, tinha algumas idéias já, e tudo se juntou em cerca de 5 minutos. As vezes as coisas não precisam ser complicadas. Óbviamente, estamos tentando escrever músicas mais caóticas que irão ter um som direto quando tocadas ao vivo. Eu acho que ao fazer isso você acaba montando a música de primeira, não precisa ficar repetindo as etapas.Como a banda ficou diferente com você nela?Com certeza a minha voz é muito, muito diferente da do Frank – além do fato dos gritos em si, eu também tenho um tom bem, bem diferente. Mesmo tendo passado um bom tempo dos últimos 10 anos em turnê pelo Reino Unido, eu não tenho uma perspectiva britânica para tudo. Acho que a banda vai apresentar um espéctro mais mundial. Isso é uma coisa que a banda inteira consegue relacionar, já que passamos boa parte da nossa juventude viajando para tocar shows.Como os fãs das duas bandas irão reagir a essa mudança?Ach oque quando você se importa com uma banda, você acaba construindo um relacionamento com eles. Você passa a conhecer eles, e eles fazem parte da sua vida. Muitas bandas são assim comigo. Então quando fica sabendo de alguma mudança grande, aquilo parece ser o fim do mundo. Isso machuca porque você se identifica com as músicas deles então acaba virando algo pessoal, não é?Portanto, em uma mudança assim, isso vai machucar algumas pessoas. Mas no final do dia, temos que agir de uma forma egoísta e escrever músicas que gostamos e que temos paixão por fazer, seguindo em frente.Essa é exatamente a única coisa que pode ser feita. Você tem que seguir em frente e tornar isso a nova configuração.Estamos de olho no futuro, não no passado. Isso foi uma das coisas que eu falei pro Steph quando ele ligrou pra mim, eu disse, “Eu quero tentar isso e acredito que posso, mas não estou interessado em ir ai para substituir alguém. Esse não sou eu; não é isso que eu quero fazer. Então se vamos fazer isso, terá de ser eu entrando pra banda, não sendo um substituto.”E os shows ao vivo, como ficam? Irão tocar músicas velhas? Como pretende equilibrar isso?Vamos tocar as músicas antigas com certeza. Mas não é a primeira vez uqe isso acontece com uma banda. Vai ser diferente, mas acredito que conseguiremos modificar as músicas um pouco, dando um novo fôlego nelas. Eu era fã dessa banda antes, ter a chance de cair na estrada com eles é ótimo. Não acredito que exista oura banda igual eles ao vivo; eles sobem no palco e detonam. São a banda que toca mais pesado ao vivo.Você chegou a falar com o Frank desde que assumiu a banda?Sim, eu falei com ele uma semana depois de entrar pra banda, perguntei se ele sabia que eu era o cara. E ele disse que “Sim, já sabia há um tempinho – fico surpreso que tenha demorado tanto para você me ligar.” Sabe, é meio complicado, eu era tão amigo dele quanto com os outros caras da banda. Não estava ligando para pedir autorização ou algo do tipo, mas só pra falar que tava tudo legal. Estamos conversando, é está tudo bem. Ele está seguindo em frente, e eu acho que ele está feliz que é alguém que já conhecia antes.Querendo ou não, Gallows era como se fosse o bebe dele. Então é legal arrumar alguém que ele possa falar “está em boas mãos.”[Risos] Sim, eu não sei, você cresce com os caras da sua banda. Você gasta a sua vida inteira com eles do seu lado em turnê. Você briga como irmãos – bem, existem irmãos nessa banda, não é? Então, óbviamente é uma coisa emocional. Mas é uma banda que eu já conheço há anos e que já fiz turnês junto.Não é como se você fosse um completo estranho ou coisa do tipo. Como foi a reação dos caras do Alexisonfire quando contou a novidade?Sabe, eu acho que eles ficaram um pouco machucados com a decisão. E isso cai dentro daquilo que eu falei sobre como uma banda é muitas vezes uma família. Nós éramos tão próximos e passamos tanto tempo juntos. Eu não sei, eles me deram apoio nessa nova etapa. Mas com certeza foi a coisa mais difícil que eu já tive que falar para eles. Mas eu sei que continuaremos sendo amigos no futuro, e espero que eventualmente a gente consiga gravar novamente alguma coisa.No começo do ano eu sei que vocês estavam trabalhando em músicas novas. O que acontecerá com elas?A gente estava trabalhando sim. Mas o tempo acabou nos atrapalhando e isso nos fez separar um pouco.Então me fale os planos antes da turnê da Alternative Press.Vamos ensaiar até o final da semana, depois todos voltam para a suas casas e vamos continuar trabalhando o máximo possível, eu acho. Mesmo estando em lugares diferentes. Vamos tentar compor músicas novas até o começo da turnê, e ver até onde conseguimos chegar.Você tem alguma resalva em relação a esse novo papel? Algo que te deixa preocupado?No fim do dia, você não vai poder controlar a reação das pesssoas ou o que vão falar. Mas é o que eu falei antes, vamos seguir em frente continuando a fazer música que amamos e trabalhando no crescimento do Gallows.
0 comentários:
Postar um comentário